sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Até que um dia a gente faz aniversário

Quanto tempo a gente perde na vida? 
Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. 

Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. 

Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. 
Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. 

Até que um dia a gente faz aniversário. 
37 anos. Ou 41.
Talvez 44. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. 
E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado

Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. 
Que esbanjamento.
Não falta muito pro jogo acabar
É preciso encontrar logo o caminho do gol.

Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso

Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. 
Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. 
E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.


Texto de Martha Medeiros, perfeito para hoje - meu aniversário !!






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