segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pai, você foi meu herói meu bandido...

Meus pais se separaram logo depois da minha festa de 15 anos. Chamaram os filhos mais velhos e disseram que o amor acabou. "Como acaba um amor de 22 anos ?". Ninguém me respondeu. Separaram, seguiram seus caminhos, viveram suas vidas.

Nenhum dos dois se relacionou com outras pessoas. Foram íntegros, distantes e ao mesmo tempo preocupados um com o outro.

As vezes eu perguntava: "Mãe, seu casamento valeu a pena?" Ela me disse: "VOCÊ é uma das provas de que valeu, muito".

Jamais ouvi a minha mãe falar mal do meu pai, ou vice- versa. Quando nós, filhos, nos queixávamos de algum ato dele, vinha a defesa:"é seu pai, merece seu respeito e carinho. Nunca se esqueça disso".

Meu pai foi boêmio, aventureiro, amante dos bares, um Ribeiro típico. Por vezes também inconseqüente. Mas nunca deixamos de amá-lo assim mesmo, como ele era.  E lembrando a minha mãe ali ao lado do caixão, de mãos dadas com suas crias, tenho certeza que o amor nunca acabou, a vida é que tomou rumos diferentes...

Hoje faz 7 anos que ele se foi, e ainda tenho saudades. Queria MUITO que Seu Eduardo tivesse conhecido o Bernardo e o Wagner...

Pai!

Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Um comentário:

  1. ôoo Cris, que lindo!
    Linda a sua homenagem e também a maneira como seus pais continuaram a educação de vcs, sem ofender um ao outro. É assim que tem que ser, afinal, pai é pai para o resto da vida, o mesmo se fala da mãe. O que pode mudar é a relação do casal, mas jamais deve interferir na educação dos filhos!

    Imagino o tamanho da saudade...
    Um abraço carinhoso,
    Ju

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